quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Execução


Calamidade estreita
Do horror a carne se deleita
E o sentimento de fúria
Como uma arma à direita
Coloca-o no chão de joelhos
Pronto para tua vil execução

Meus poemas são problemas perfeitos
São o sangue que escorre do teu peito
A lágrima foragida insiste em cair
Enquanto olhos pálidos continuam a sorrir

Condenável exílio
Sem direito ao amor amigo
Retrato do escravo vivido
Condenado como foi o filho
Daquele que criou os homens
E um dia os destruirá também

Os olhos morrem e o corpo cai
As trevas riem, choram e saem
O triunfo dos homens que pagam
Sobre a morte dos homens que sabem

Cai a noite com a tinta vermelha
Eleva o sangue a uma obscuridade neutra
Dorme aqui mais um réu ferido
Entre os braços de um poema perdido
Enquanto a carne já não faz mais sentido
E o espírito é eternamente ferido.