segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Véu Vermelho


Como sofri! Como chorei!
Segui tua trilha vermelha
Meu véu cobrindo sua esperança
Desisto de viver em temperança
Agora que para outro lugar você avança

Como sofro! Como choro!
Corro e busco e não acho
Meu véu vermelho se tornou um trapo
Não vejo mais como o quero
Só sei que perdi meu ente amado

Como sofri! Como chorei!
Quando o véu negro
Substituiu o véu vermelho
E quando o véu vermelho
Substituiu o véu branco

Como sofro! Como choro!
Putrefados juntos
Cada um em nosso lado
Eu no quarto escuro
E você no leito oculto.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Diários de Lúcia, Opus 1

Tem sido muito cativante
O tocar de teus lábios penetrantes
Ora, que palavras escuto
De um ser tão minucioso e alucinante?
Teu corpo em mim triunfastes
Teu sorriso em meus lábios deixastes
E repetidas, contínuas vezes
A minha boca a tua voltastes.
Não creio que me queira
Como queres tua própria vida inquieta
Sou apenas tua dança
Sou apenas tua dor
Mas ao mesmo tempo, quem dera
Teu prazer é a minha dor.
Tuas estranhas carícias
Elevam meus caprichos
Assim eles desaparecem
E tua voz me convém
Teus amores me destroem
És minha dor, meu prazer
Minha canção, meu parecer.
Mas quem sou eu pra lhe dizer
Que te quero em meu ser?
Me julgas mas me manténs
Não me deixas calada
Me deixas perder.
Às vezes é bom te querer
Mas às vezes é só sofrer
Belas palavras, eu aqui a dizer
Mas sorris para eu não entender.
Só volte pra me dizer
Que me quer, que quer me ver
Tal como sou, com alma mas sem fé
Só o tocar dos teus lábios
O escolher das tuas palavras
Já me fazem renascer
Em teus braços, deixo de crer
Aliás, para quê crer?
Toque-me mais uma vez
Você sabe que sempre é o último a vencer
Não pelo teu poder
Mas vences por me ter
Por me acolher
Antes de me beijar,
Deixe-me apenas dizer
Ama-me com você
Cada dia de novo
O sabor do teu encontro
Teus lábios em meu corpo
São só a menor parte
Deste meu amor bobo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Livre Inspiração



Cada dia que passa me aproximo mais de um mundo obscuro  
De noites frias na rua esperando um triunfo  
Não é necessidade, nem obrigação  
É só uma inspiração  
Uma liberdade sem fôlego  
Tudo o que eu quero é mostrar meu amor oculto  
Este que reside neste meu incompreensível coração.



domingo, 22 de setembro de 2013

Delírios de Lucíola



Lúcia, Lucíola, excêntrica mulher. Criadora de suas próprias regras. Aversiva a Margarida Gautier. Excêntricas, apaixonadas, iguais. E tão iguais a Violetta Valéry. A mesma pessoa? Violetta e Margarida, talvez? Mas e Lucíola?

Seja quem ela for, eu a assumo. Não sou uma cortesã, nem tenho um Paulo, ou uma irmã chamada Ana, nem me chamo originalmente Maria, mas tenho meus amores, minhas histórias e meus absurdos. Vivo intensamente. Cada momento, cada paixão, tenha paixão o sentido que for. Muitas vezes tudo se acaba tão repentinamente quanto começou, mas ao final o que importa é que os arrependimentos ficam no passado. Sem rancor, sem remorso, apenas experiências.

A vida é um livro, uma música ou uma ópera. Sempre abertos a discussões. Já o mundo é fechado. Não posso mudá-lo. Acabo então criando um próprio. Aliás, crio minha própria ópera.