Calamidade estreita
Do
horror a carne se deleita
E
o sentimento de fúria
Como
uma arma à direita
Coloca-o
no chão de joelhos
Pronto
para tua vil execução
Meus
poemas são problemas perfeitos
São
o sangue que escorre do teu peito
A
lágrima foragida insiste em cair
Enquanto
olhos pálidos continuam a sorrir
Condenável
exílio
Sem
direito ao amor amigo
Retrato
do escravo vivido
Condenado
como foi o filho
Daquele
que criou os homens
E
um dia os destruirá também
Os
olhos morrem e o corpo cai
As
trevas riem, choram e saem
O
triunfo dos homens que pagam
Sobre
a morte dos homens que sabem
Cai
a noite com a tinta vermelha
Eleva
o sangue a uma obscuridade neutra
Dorme
aqui mais um réu ferido
Entre
os braços de um poema perdido
Enquanto
a carne já não faz mais sentido
E
o espírito é eternamente ferido.