domingo, 10 de novembro de 2013

A Virgem



Rodeada de incertezas
Mas cheia de esperanças
A virgem caminha acesa
Esperando que fiquem somente
As boas lembranças.

Ela não é pura
Nem insana
Mas gosta de loucura
De uma boa dança
Uma boa lembrança.

Caminhando, a intrusa, a estranha
Adentra as portas da barganha
É um mundo estranho, caro
Mas ao mesmo tempo formidável,
Interessante e barato.

A virgem caminha intensa
Está confusa e surpresa
Fascinante este lugar!
Fuga da realidade,
Refúgio da estranheza!

É um bordel
Sim, a virgem está num bordel
Aconchegante, luxuoso, penetrante
Mas na verdade não
É bem, na verdade, intrigante.

Mas estranhas são as aparências
Que não são enganosas ou rudes
Assim como honestas são as atitudes
Integridade, liberdade
Malcriagem, identidade

A virgem tem uma desilusão
Tudo de repente é uma negação
Aquilo a assusta
É eterna a escuridão!
Fundo do poço de um coração!

Injustiça com a virgem, que volta tensa
O mundo, as ações, a coragem a correr
Ela é pura demais, detesta saber
É quase uma santa
Apenas mais uma rebelde noviça a descrer

A virgem corre do bordel
Foge correndo para o céu
Continuará assim, virgem
Pois seu corpo é seu réu
E seu amor está no céu.

Quem é a virgem, afinal?
Por que ela virgem há de ser?
É uma falsa puritana
Uma cortesã escondida
Desgraçada, quebrada e polida.

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